quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Rosh Hashaná se aproxima, momento de reflexão


Os judeus entendem a diferença entre Rosh Hashaná e o Ano Novo secular. Rosh Hashaná não é uma ocasião para festejar e se soltar. Sim, está associado com celebrações, como declara a Torá: “Coma alimentos suculentos e tome bebidas doces, envie porções àqueles que não têm nada preparado… Não fique triste, pois o júbilo de D’us é a sua força.” Porém a mesma passagem dá a razão para o júbilo: “O dia é sagrado para nosso D’us.”
Mais especificamente, Rosh Hashaná é o Dia do Julgamento, quando D’us “abre o livro das lembranças… e todos os habitantes do mundo passam perante Ele como ovelhas… E Ele escreve seus decretos.”
Conhecendo a reverência de Seu julgamento, muitos se preocupam com o próprio futuro: “Como será o próximo ano para mim?” Alguns estão preocupados com o futuro material: Quanto ganharão no ano vindouro? Como será sua saúde? Conseguirão se casar? Terão filhos? Outros se concentram em desejos espirituais: Conseguirão adquirir sabedoria? Serão inspirados com amor e temor a D’us?
Todos estes desejos podem ser expressos em muitos planos, com várias motivações. Quando, no entanto, eles são reduzidos ao seu mais baixo denominador comum, a questão que supera todas as outras é: D’us me dará aquilo que desejo no próximo ano?
Em Rosh Hashaná, no entanto, o que realmente deveríamos pensar não é naquilo que desejamos, mas naquilo que Ele deseja.
Há um clássico adágio chassídico que afirma: “Em Rosh Hashaná, em algumas sinagogas, é quando o cantor chega às palavras: ‘Arrependimento, prece e caridade – teshuvá, tefilá u’tsedacá – anulam o mau decreto,’ que as emoções atingem o auge. Porém nas sinagogas chassídicas, são as palavras “Revela a glória de Tua soberania sobre nós” que despertam mais poderosamente a congregação.
D’us não tinha de criar este mundo. Por um lado, o fato de que não há motivo obrigando à Criação introduz uma dimensão de total acaso. Não há necessidade para Ele se conformar a um plano já existente; Ele pode fazer tudo que desejar.
No entanto, a mesma lógica necessita que tudo que Ele criou fosse criado por um desejo e propósito específicos. Em Rosh Hashaná, quando revivemos a dinâmica da Criação, devemos refletir sobre aquele propósito e torná-lo o foco de nossa conduta.
Qual é Seu propósito na Criação? Como declara o famoso comentarista Rashi no início de seu comentário sobre a Torá, toda a existência foi criada “em prol da Torá e do povo judeu.” Em termos simples, isso significa que D’us criou o mundo para que um judeu pudesse estudar Torá e cumprir as mitsvot (mandamentos), não por nós mesmos, mas por Ele.
Traduzindo em diretrizes práticas, isso significa que quando vejo uma pessoa em necessidade, deveria ajudá-la, não porque tenho pena dela, mas porque D’us nos ordenou sair do nosso caminho para ajudar outra pessoa. Quando cumpro uma mitsvá, devo pensar não na recompensa que D’us me dará por cumprir Sua vontade, mas no fato de que estou cumprindo Sua vontade. Quando estou estudando Torá, deveria estar fazendo isso não porque é intelectualmente edificante ou instrutivo, mas porque é a Sua sabedoria e Ele nos pediu para explorá-la.
Em Rosh Hashaná, nossa aceitação de D’us como Rei deveria ter em seu âmago um anseio para conhecer a verdadeira Soberania, e ver D’us “reinar sobre o mundo inteiro em Sua glória… e revelar-Se na majestade de Seu glorioso poder sobre todos os habitantes” com a vinda de Mashiach. Que ocorra rapidamente em nossos dias.

By: Chabad.org.br


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